As 7 Melhores Pastagens para o Sul do Brasil

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Buscando conhecer as melhores opções de pastagens para o sul do Brasil? Então você chegou ao lugar certo. Neste artigo você vai saber quais são as opções mais indicadas. Como a pastagem é o alimento mais barato que você pode fornecer aos seus animais, vale a pena dedicar algum tempo e esforço para estudar e escolher a melhor grama ou forragem para seu rebanho.

Em primeira vista, podemos pensar que escolher o capim para nossas pastagens é uma tarefa simples. Mas, a verdade é que existem espécies melhores para diferentes situações e, dentro de cada espécie, algumas variedades terão melhor desempenho em determinadas áreas, climas ou tipos de solo. Por sorte, esta postagem irá ajudá-lo a selecionar as espécies e variedades forrageiras ideais para o seu caso.

Gramíneas perenes e anuais, leguminosas e ervas têm hábitos de crescimento distintos. E o crescimento também varia mesmo dentro do grupo das gramíneas. Compreender as diferenças nos ajuda a planejar pastagens que mantenham o solo saudável e que incentivam as plantas a prosperar, produzindo alimento de qualidade para o gado.

Entres as melhores opções de pastagens para o sul do Brasil estão:

  • Grama Missioneira-Gigante SCS 315 Catarina Gigante;
  • BRS Ponteio – Azevém;
  • BRS Kurumi – Capim-Elefante;
  • Tifton 85;
  • Grama Missioneira-Gigante Dona Emma;
  • Lotus uliginosus SCS313 Serrano – Amendoim forrageiro;
  • Capim Pangola.

A seguir, veremos em detalhes cada uma dessas variedades de forrageiras.

As Pastagens do Sul do Brasil

Segundo a EMBRAPA (2017), os estados do Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) somam uma área de aproximadamente 14 milhões de hectares de pastagens.

Em sua maioria, as pastagens Sul do Brasil são dominadas por gramíneas nativas, ausência de árvores ou grandes arbustos. Estas incluem pradarias de grama alta, que são úmidas, e pradarias secas, de grama curta, que experimentam verões quentes e invernos frios. Além disso, as espécies nativas são pobres nutricionalmente e sofrem ação das geadas, que costumam ser frequentes durante o inverno. Ou seja, com a chegada da estação fria e das geadas, essas pastagens simplesmente secam, tornando-se indisponíveis para os animais.

Pastagem nativa do Sul do Brasil
Pastagem nativa do Sul do Brasil

As pastagens do Sul do Brasil normalmente compreendem solos de média ou baixa fertilidade, áridos ou alagadiços. Porém, possuem a camada superior rica em nutrientes. Além disso, as queimadas anuais – que ocorrem em agosto e setembro para o manejo dos arbustos – ajudam a repor potássio (K) e outros nutrientes ao solo.

Para campos mal drenados ou áridos, existe uma opção de forrageira ideal para ser introduzida. Uma gramínea com boa taxa de crescimento, com bons níveis de proteína e energia. Acima de tudo, podendo ser consorciada com uma leguminosa, que fornece nitrogênio (N) para o solo e aumenta o valor nutricional da pastagem. A seleção de variedades é algo que poucas pessoas pensam, mas pode fazer uma grande diferença no sucesso e na produtividade de um pasto a longo prazo.

Veja a seguir quais são as melhores pastagens para o Sul do Brasil.

Grama Missioneira-Gigante SCS 315 Catarina Gigante

Uma das melhores opções da lista de pastagens para o Sul, a grama Missioneira-Gigante SCS 315 Catarina Gigante é uma grama perene de verão selecionada pela Epagri, em Santa Catarina. O desenvolvimento resultou em plantas com porte mais alto e folhas mais largas, em comparação com a grama missioneira comum. Além disso, apresenta alta resistência ao pisoteio, frio e a geada, permanecendo verde o ano todo.

A missioneira-gigante (Axonopus catharinenis), cultivar SCS 315 Catarina Gigante é uma grama perene e ideal para o clima catarinense. Além disso, é bem adaptada a solos de baixa e media fertilidade. Aceita sombreamento moderado (até 40% de sombra), podendo ser utilizada em sistemas de agrofloresta e reflorestamento. Tratando-se de um híbrido, sem produção de sementes viáveis, esta gramínea precisa ser inserida através de mudas ou estolões. O plantio de mudas enraizadas é a forma mais eficiente de implantação dessa cultivar. Portanto, recomenda-se adquirir mudas com produtores especializados.

Missioneira-Gigante SCS 315 Catarina Gigante
Missioneira-Gigante SCS 315 Catarina Gigante

A Missioneira-Gigante SCS 315 Catarina Gigante é uma opção excelente para bovinos (leite e carne), equinos, ovinos, caprinos, suínos e aves. Deve ser manejada utilizando-se do sistema de pastejo rotacionado. Recomenda-se que a pastagem atinja, pelo menos, 30cm de altura para dar início ao pastejo.

Lançada em 2015, essa grama fornece entre 12 e 16 t/ha/ano de massa seca. Possui destacada aceitabilidade, digestibilidade e cerca de 13% de proteína bruta.

BRS Ponteio – Azevém

O azevém (Lolium multiflorum L.) é, sem dúvidas, a gramínea anual de inverno mais popular do Sul do Brasil. De rápido crescimento, resistente a geadas e de bom valor nutricional. Além disso, cresce bem em solos relativamente pobres. No entanto, é bastante sensível à secas, o que não costuma ser um problema durante os invernos sulinos.

A BRS Ponteio é uma cultivar de azevém desenvolvida pela Embrapa, com o intuito de se obter um período de alimentação animal mais longo. Enquanto as cultivares comuns cobrem um período de pastejo até outubro, a BRS Ponteio chega até novembro. Ou seja, são 30 dias a mais de pasto de excelente qualidade, com alta proporção de folhas e produtividade superior.

Azevém BRS Ponteio da EMBRAPA
Azevém BRS Ponteio da EMBRAPA

Na região Sul, deve ser semeado no outono, preferencialmente de março a maio. Acima de tudo, pode ser plantado com a técnica de sobressemeadura nas pastagens de Grama Missioneira-Gigante Dona Emma, SCS 315 Catarina Gigante e Tifton 85.

Os animais devem iniciar o pastejo quando as plantas alcançarem 20 cm de altura e encerrar quando restarem ainda 5 a 10 cm de altura. É bastante resistente ao pastejo e excesso de umidade, suportando altas lotações. É uma excelente opção para Bovinos, Equinos, Ovinos, Caprinos, Aves e Muares.

Lançada em 2007, a BRS Ponteio fornece de 5,5 a 8,7 t/ha/ciclo de massa seca, alta palatabilidade e 8% de proteína. Além disso, pode ser manejado com a finalidade de pastejo, corte ou feno.

BRS Kurumi – Capim-Elefante

A BRS Kurumi é uma cultivar de capim-elefante anão (Pennisetum purpureum Schum.), desenvolvida pela EMBRAPA com intuito de permitir o pastejo direto. Destaca-se por apresentar porte baixo, touceiras de formato semiaberto, folha e colmo de cor verde e internódio curto. Apresenta crescimento vegetativo vigoroso, com rápida expansão foliar e alto potencial de produção de forragem. Além disso, com excelentes características nutricionais.

O plantio é realizado por meio de propagação vegetativa (estacas), sendo indicado para uso forrageiro também nos estados do Sul. Exige solos profundos, bem drenados, de boa fertilidade e adubação. Por último, se houver possibilidade de irrigação, vai expressar todo a sua potencialidade produtiva. É tolerante ao frio, mas susceptível a geadas, sendo para Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, um capim de verão.

BRS Kurumi - Capim Elefante
BRS Kurumi – Capim-Elefante

Recomenda-se o início do pastejo quando o capim apresentar entre 75 e 80 cm de altura e a retirada dos animais quando restarem 35 a 40 cm. Durante o período chuvoso e com o correto manejo, o período de descanso dos piquetes tem sido de aproximadamente 22 dias. É uma excelente opção para Bovinos de leite e corte.

Lançada em 2012, a BRS Kurumi ocupa uma posição de destaque entre as melhores pastagens para o Sul do Brasil, fornecendo de 25 a 30 ton/ha/ano de massa seca. Apresenta alta digestibilidade e de 18 a 20% de proteína bruta na matéria seca. São características nutricionais que possibilitam ao produtor intensificar a produção animal com menor uso de concentrado.

Tifton 85

O Tifton 85 foi desenvolvido pelo departamento de agricultura dos Estados Unidos em cooperação com a Universidade da Geórgia. A seleção buscou o melhor valor nutritivo, alto rendimento de matéria seca e tolerância à estiagem. É considerado o melhor hibrido de tifton (Cynodon spp) já lançado, sendo uma das gramíneas mais difundidas em todo o mundo. Destaca-se por apresentar um porte mais alto, com colmos maiores e folhas mais largas do que as outras cultivares de tifton. Além disso, apresenta rizomas que lhe conferem maior resistência ao frio, seca e ao pisoteio.

É uma planta perene que pode ser plantada tanto em regiões frias, quanto quentes, de clima subtropical e tropical. Por ser um híbrido, sem produção de sementes viáveis, o Tifton 85 precisa ser introduzido através de estolões ou mudas. A maneira mais eficiente de implantação é por meio de mudas enraizadas, que podem ser adquiridas de viveiros especializados.

Tifton 85
Tifton 85

Aconselha-se o início do pastejo quando as plantas alcançarem 30 cm de altura e a retirada dos animais ao atingir 10 cm de altura. O período médio de descanso é de 30 dias. É uma opção adequada para bovinos, equinos, ovinos, caprinos, suínos e aves.

Lançado em 1992, o Tifton 85 fornece até 20 t/ha/ano de massa seca. Possui ótima palatabilidade, digestibilidade e de 16 a 20% de proteína bruta na matéria seca. Além disso, pode ser manejado com a finalidade de pastejo direto ou fenação.

Grama Missioneira-Gigante Dona Emma

Uma forte concorrente entre as melhores opções de pastagens para o Sul do Brasil, a grama Missioneira-Gigante Dona Emma foi descoberta por acaso no município de Dona Emma/SC. Dentre as principais características, apresenta alta aceitabilidade pelos animais, crescimento acelerado e bastante resistência ao frio e a geada. É bastante semelhante à cultivar SCS315 Catarina Gigante da Epagri.

A Dona Emma é uma grama híbrida, na qual as sementes não germinam. Portanto, aconselha-se o plantio através de mudas adquiridas. Cresce relativamente bem em solos pobres e apresenta boa capacidade de competição com outras espécies. Além disso, é resistente à praga cigarrinha-das-pastagens.

Missioneira-Gigante Dona Emma, a Melhor Pastagem para o Sul do Brasil?
Missioneira-Gigante Dona Emma

É uma cultivar que aceita sombreamento parcial, sendo adequada ao sistema Silvipastroril, que alia a criação de gado com produção de madeira. Consequentemente, garantindo sombra para os animais e renda extra com o reflorestamento.

A Grama Missioneira-Gigante Dona Emma é uma excepcional opção para bovinos (leite e carne), ovinos, caprinos, equinos, suínos e aves. Precisa ser disponibilizada aos animais através do sistema de pastejo rotacionado. A altura mínima recomendada para a pastagem, antes da entrada dos animais, fica entre 30 a 40cm.

Descoberta em 2012, por um pesquisador extensionista da Epagri, apresentou 24% de proteína bruta em resultados preliminares, no primeiro teste em laboratório (Lages/SC). Nesta pesquisa, também identificaram 74% de digestibilidade. Sem dúvidas, a Dona Emma é uma das melhores opções de forrageira para o Sul do Brasil.

Lotus uliginosus SCS 313 Serrano – Amendoim forrageiro

Lotus uliginosus SCS 313 Serrano é uma leguminosa perene de clima temperado, desenvolvida pela Epagri após 20 anos de pesquisas. Seu uso principal recomendado é como pastagem em consórcio com gramíneas, principalmente em solos úmidos. Produz forragem de alta qualidade e não causa problemas com o rúmen (timpanismo).

A implantação dessa cultivar se dá por meio de sementes. Tolera solos de baixa fertilidade, mal drenados e com acidez elevada. Além disso, pode ser plantado em consórcio com a Grama Missioneira-Gigante Dona Emma, SCS 315 Catarina Gigante e Tifton 85. É uma excelente opção de pastagem para o Sul do Brasil.

Lotus uliginosus SCS 313 Serrano
Lotus uliginosus SCS 313 Serrano

Tratando-se de uma leguminosa, o Lotus uliginosus SCS 313 Serrano fixa nitrogênio no solo. Isso ocorre através de uma relação entre o rizóbio, que é uma bactéria, e o nitrogênio em suas raízes. Essa bactéria “fixa” o nitrogênio da atmosfera em amônia, que a planta pode usar para produzir proteínas. Como resultado, há o melhoramento do solo e o fortalecimento das gramíneas plantadas em consórcio.

Apresentado em 2020, o Lotus uliginosus SCS 313 Serrano pode ser usado para feno e silagem, além do pastejo direto. É uma ótima opção para bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Pode ser pastejado a partir do momento em que as plantas atingirem 20 cm de altura até quando restarem ainda 7 a 10 cm de altura.

Capim Pangola

O Capim Pangola (Digitaria decumbens) é originário da África do Sul e amplamente difundido no Brasil após 1950. Seu valor nutritivo é de grande valia, aliado a uma alta digestibilidade e aceitabilidade pelos animais. Além disso, é um capim resistente à seca, e desenvolve-se muito bem em regiões tropicais e subtropicais. De crescimento agressivo, essa cultivar suprime ervas daninhas e cresce relativamente rápido após pastoreio ou geada.

A condição ideal para o desenvolvimento do Capim Pangola é sol pleno e solos úmidos bem drenados. Ele tem baixa tolerância à sombra e é pouco exigente em relação a fertilidade do solo. Deve ser introduzido através de estolões ou mudas. Responde muito bem quando plantada em consórcio com leguminosas, especialmente o Amendoim forrageiro.

Capim Pangola
Capim Pangola

Recomenda-se o início do pastejo quando esta pastagem alcançar entre 30 a 40 cm de altura. E a saída dos animais, quando restarem de 10 a 15 cm de resíduo. Na estação quente, o tempo médio de descanso é de 30 dias. É uma opção indicada para bovinos, equinos, ovinos e caprinos.

O Pangola possui níveis de proteína bruta que rondam os 12,1%. São poucos os estudos indicando o rendimento de matéria seca, porém em condições ideais, de adubação e irrigação, pode alcançar 30 t/ha/ano. Além disso, pode ser utilizado com a finalidade de pastejo direto ou feno.

Bônus: BRS Capiaçu – Capim-Elefante para Ensilagem

Antes de mais nada, o capim-elefante BRS Capiaçu não é uma gramínea para pastejo direto. Essa cultivar, extra em nossa lista, foi desenvolvida pela EMBRAPA, que buscou uma alternativa para suplementação volumosa.

Possui alto potencial de produção e bom valor nutritivo, visando à utilização na forma de silagem ou picado verde. Apresenta ainda, bastante resistência ao tombamento, facilidade para a colheita mecânica, ausência de pelos e touceiras eretas e densas. Além disso, o porte é bastante alto, podendo alcançar até 4,20 metros de altura.

Capim-elefante BRS Capiaçu
Capim-elefante BRS Capiaçu

Assim como o BRS Kurumi, também é necessário plantar por meio de estacas (hastes). Demanda solos profundos, bem drenados e de boa fertilidade. Tolera o frio do inverno, mas sofre com ação de geadas. Sendo assim, para Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, um capim das estações menos frias.

Lançado em 2015, o BRS Capiaçu apresenta elevado potencial de produção, podendo chegar 50t/ha/ano de matéria seca. Ou até 300 t/ha/ano de massa verde, considerando 3 cortes anuais. Sua concentração de proteína bruta é de até 9,1% na matéria seca. É um alimento ideal para bovinos, equinos, ovinos e caprinos.

Então, Qual é a Melhor Pastagem para o Sul do Brasil?

Para essa pergunta pode não haver uma resposta exata, e talvez a escolha ideal, entre as melhores opções de pastagens para o Sul do Brasil, não seja a mesma para todos os produtores.

Antes de escolher a pastagem ideal para a sua propriedade, o produtor precisa levar em consideração o tipo de solo, o microclima, o tamanho da propriedade e quais animais ele deseja alimentar. Acima de tudo, precisa avaliar a aceitação dos dos seus animais a determinada cultivar que deseja implantar.

Outra dica importante é não escolher uma única cultivar. Com a divisão do pasto em piquetes, pode-se plantar e avaliar diversas cultivares. Ademais, a técnica de consórcio com leguminosas também é uma opção excelente, se a gramínea permitir. Por fim, a sobressemeadura com azevém no outono ajuda a compensar a queda de produção das gramíneas perenes durante os meses gelados.

E você, quais forrageiras escolheu para a sua propriedade?

Publicado por Saty Jardim em / Atualizado em 15 de abril de 2024

Comentários:
  • Erick Cavalcanti

    Como eu posso escolher a melhor pastagem para a minha propriedade na serra catarinense?

    Responder
    • Saty Jardim

      Erick, a escolha da melhor pastagem vai depender de diversos fatores, como clima, tipo de solo, disponibilidade de água, finalidade do solo, entre outros. É importante consultar um profissional capacitado para avaliar as condições da propriedade e indicar as melhores opções de pastagem.

      Responder
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